Governança Corporativa Bancária: O que você precisa saber

Ao analisarmos a sociedade desde os primórdios, nos levar pensar em como instituições importes como os bancos que conhecemos fizeram que outras pessoas lhes confiassem a guarda de suas riquezas.

Para se perpetuar fora necessário extrema organização e estratégias de funcionamento até que se consolidasse com que hoje chamamos de Governança Coorporativa.

A governança corporativa nas Instituições financeiras é crucial para garantir que os bancos operem de forma transparente, com eficiência e ética.

A gestão de riscos é um componente fundamental da governança corporativa em bancos.

É necessário ter políticas e procedimentos robustos para identificar, avaliar e mitigar os riscos financeiros, operacionais, de conformidade e reputacionais.

Os bancos devem cumprir rigorosamente as leis, regulamentos e padrões éticos aplicáveis, isso inclui regulamentações financeiras, normas de conduta profissional e políticas internas do banco, precisam ter políticas de remuneração que incentivem o desempenho sustentável e alinhem os interesses dos executivos com os dos acionistas a longo prazo.

Outra medida essencial, é contratar auditores externos independentes para revisar suas operações e relatórios financeiros regularmente.

Os bancos devem promover uma cultura organizacional baseada em ética e integridade, o qual inclui a adoção de políticas de conduta ética, treinamento regular dos funcionários e a promoção de uma cultura de denúncia de irregularidades.

Em resumo, a governança corporativa em bancos é essencial para garantir a confiança dos investidores, clientes e reguladores, além de promover a estabilidade e a sustentabilidade do sistema financeiro como um todo.

 

PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA BANCÁRIA

Os princípios de governança corporativa bancária são diretrizes que orientam as instituições financeiras na gestão eficaz de seus negócios e na proteção dos interesses de todas as partes interessadas, incluindo acionistas, clientes, funcionários e reguladores.

A definição de governança corporativa é Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica, é um conjunto de relações entre a administração, o conselho administrativo, os acionistas e as demais pessoas com interesse na organização.

A aplicação dos princípios de governança corporativa deve ser proporcional ao tamanho, complexidade, estrutura, significância econômica, perfil de risco e modelo de negócios do banco e do grupo ao qual pertence, assim vejamos:

Princípio da Responsabilidades do Conselho de Administração: o conselho de administração deve exercer sua autoridade de forma independente e responsável, representando os interesses de todos os acionistas. Isso inclui estabelecer uma estratégia clara, supervisionar a gestão executiva e garantir a conformidade com as leis e regulamentos.

Princípio das Qualificações e composição do Conselho de Administração: os membros do conselho devem ser e permanecer qualificados, individual e coletivamente, para suas posições. Eles devem entender seu papel de supervisão e governança corporativa e ser capazes de exercer um julgamento sólido e objetivo sobre os assuntos do banco.

Princípio da Estrutura e práticas próprias da diretoria: o conselho deve definir estruturas e práticas de governança apropriadas para o seu próprio trabalho, e colocar em prática os meios para que tais práticas sejam seguidas e revistas periodicamente.

Princípio da Alta Liderança: sob a direção e a supervisão do conselho, a alta administração deve executar e gerenciar as atividades do banco de maneira consistente com a estratégia de negócios, o apetite ao risco, a remuneração e outras políticas aprovadas pelo conselho.

Princípio da Estrutura de Governança de Grupos: em uma estrutura de grupo, o conselho da empresa-mãe tem a responsabilidade geral pelo grupo e por assegurar o estabelecimento e operação de uma estrutura de governança clara apropriada à estrutura, aos negócios e aos riscos do grupo e de suas entidades.21 A diretoria e os diretores A administração deve conhecer e compreender a estrutura organizacional do grupo bancário e os riscos que ela representa.

➢ Princípio da Função de gerenciamento de risco: os bancos devem ter uma função de gerenciamento de risco independente e eficaz, sob a direção de um diretor de risco (CRO), com estatura, independência, recursos e acesso suficientes ao conselho.

➢ Princípio da Identificação, monitoramento e controle de riscos: os riscos devem ser identificados, monitorados e controlados em uma base contínua de entidade bancária e individual. A sofisticação da infraestrutura de gerenciamento de risco e controle interno do banco deve acompanhar as mudanças no perfil de risco do banco, no cenário de risco externo e nas práticas do setor.

➢ Princípio da Comunicação do risco: uma estrutura eficaz de governança de risco exige uma comunicação robusta dentro do banco sobre o risco, tanto em toda a organização quanto através de relatórios para a diretoria e para a alta administração.

➢ Princípio da Conformidade – Compliance: o conselho de administração do banco é responsável por supervisionar o gerenciamento do risco de conformidade do banco. O conselho deve estabelecer uma função de conformidade e aprovar as políticas e processos do banco para identificar, avaliar, monitorar e relatar e aconselhar sobre o risco de conformidade.

➢ Princípio da Auditoria Interna: a função de auditoria interna deve fornecer garantia independente ao conselho e deve apoiar o conselho e a alta administração na promoção de um processo de governança eficaz e da solidez de longo prazo do banco.

➢ Princípio da Remuneração: a estrutura de remuneração do banco deve apoiar a boa governança corporativa e o gerenciamento de riscos.

➢ Princípio da Divulgação e transparência: a governança do banco deve ser adequadamente transparente para seus acionistas, depositantes, outras partes interessadas relevantes e participantes do mercado.

➢ Princípio do Papel dos supervisores: supervisores devem prover orientação e supervisionar a governança corporativa nos bancos, incluindo avaliação abrangentes e interação frequente com membros do Conselho e alta administração, deve requer melhorias e ações corretivas quando necessário, e deve trocar informações sobre governança com outros supervisores.

Esses princípios de governança corporativa bancária são essenciais para garantir a confiança do público, promover a estabilidade financeira e proteger os interesses de todas as partes interessadas envolvidas.

 

DESAFIOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA EM BANCOS

A governança corporativa em bancos enfrenta uma série de desafios únicos devido à natureza complexa e altamente regulada do setor financeiro. Alguns desses desafios incluem:

➢ Complexidade Regulatória: Os bancos estão sujeitos a uma ampla gama de regulamentações e exigências legais, o que pode tornar a conformidade uma tarefa desafiadora. A evolução constante das regulamentações e a necessidade de acompanhar as mudanças podem aumentar ainda mais a complexidade.

➢ Gestão de Riscos: Os bancos enfrentam uma variedade de riscos, incluindo riscos financeiros, operacionais, de conformidade e reputacionais. Gerenciar esses riscos de forma eficaz requer sistemas e processos robustos, bem como uma cultura organizacional que promova a gestão de riscos em todos os níveis da instituição.

➢ Tensões entre Objetivos Comerciais e Interesses dos Acionistas: Os bancos muitas vezes enfrentam tensões entre os objetivos comerciais de maximizar os lucros e os interesses dos acionistas em longo prazo. Equilibrar esses objetivos pode ser um desafio, especialmente em um ambiente competitivo e volátil.

➢ Gestão de Conflitos de Interesse: Os bancos lidam com uma série de conflitos de interesse, tanto internos quanto externos. Por exemplo, pode haver conflitos entre os interesses dos acionistas e dos clientes, ou entre diferentes unidades de negócios dentro do banco. Gerenciar esses conflitos de forma justa e transparente é essencial para a governança corporativa eficaz.

➢ Cultura Organizacional e Ética: Promover uma cultura organizacional baseada em valores éticos e integridade é fundamental para uma governança corporativa eficaz. No entanto, mudar a cultura organizacional existente e garantir o cumprimento de padrões éticos pode ser um desafio, especialmente em grandes instituições financeiras com estruturas complexas.

➢ Desafios Tecnológicos: A rápida evolução da tecnologia apresenta desafios significativos para a governança corporativa em bancos. Isso inclui a necessidade de proteger os dados dos clientes contra ciberataques, garantir a segurança e a integridade dos sistemas de TI e gerenciar o uso ético e responsável da inteligência artificial e outras tecnologias emergentes.

➢ Pressão dos Stakeholders: Os bancos estão sujeitos a uma pressão crescente por parte de uma variedade de stakeholders, incluindo acionistas, reguladores, clientes, funcionários e a sociedade em geral. Gerenciar essas expectativas e interesses diversos pode ser um desafio para a governança corporativa.

 

Enfrentar esses desafios requer um compromisso contínuo com a melhoria da governança corporativa e uma abordagem proativa para identificar e mitigar os riscos associados ao ambiente operacional dos bancos.

GOVERNÇA BANCÁRIA E COMPLIANCE

A governança bancária e o compliance estão intimamente interligados e desempenham papéis complementares na gestão eficaz das instituições financeiras. Aqui está como eles relacionam.

A governança bancária refere-se ao conjunto de processos, estruturas e políticas que determinam como um banco é dirigido, controlado e operado. Isso inclui a definição de estratégias, a supervisão da administração, a gestão de riscos, a prestação de contas aos acionistas e a conformidade com regulamentações.

O compliance, por sua vez, diz respeito ao cumprimento das leis, regulamentos, políticas internas e padrões éticos aplicáveis às atividades do banco. Isso inclui normas financeiras, leis antilavagem de dinheiro, regulamentos de privacidade de dados, entre outros.

Vejamos a seguir algumas maneiras pelas quais a governança bancária e o compliance se relacionam e se complementam:

➢ Estrutura de Governança: A governança bancária define a estrutura organizacional, incluindo o papel e a responsabilidade do conselho de administração, comitês de gestão de riscos, auditoria e conformidade. O compliance opera dentro dessa estrutura para garantir que as políticas e procedimentos estejam em conformidade com as regulamentações relevantes.

➢ Gestão de Riscos: A governança bancária é responsável por estabelecer políticas e procedimentos para identificar, avaliar e gerenciar riscos. O compliance assegura que esses processos incluam considerações legais e regulatórias, garantindo que o banco esteja em conformidade com os requisitos legais e regulatórios aplicáveis.

➢ Controles Internos: A governança bancária define os controles internos para garantir a integridade das operações do banco. O compliance monitora a eficácia desses controles, assegurando que eles abordem adequadamente os requisitos regulatórios e éticos.

➢ Relatórios e Transparência: A governança bancária requer transparência e prestação de contas aos acionistas e reguladores.

O compliance garante que os relatórios financeiros e operacionais sejam precisos e estejam em conformidade com os padrões contábeis e regulamentos aplicáveis.

Em suma, a governança bancária e o compliance trabalham juntos para garantir que as instituições financeiras sejam dirigidas de forma eficaz, ética e em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.

Uma governança sólida fornece a estrutura e os processos necessários para garantir o cumprimento, enquanto o compliance garante que esses processos sejam seguidos e aplicados consistentemente em toda a organização.

CASOS DE SUCESSO EM GOVERNANÇA CORPORATIVA BANCÁRIA

Existem vários casos de sucesso em governança corporativa bancária ao redor do mundo. Aqui estão alguns exemplos:

➢ DBS Bank (Singapura): O DBS Bank é frequentemente citado como um exemplo de boa governança corporativa. Eles adotaram uma abordagem proativa para integrar a sustentabilidade em suas práticas de governança, o que resultou em reconhecimento global. Eles foram classificados como o banco mais seguro do mundo pelo Global Finance Magazine em 2019.

➢ Standard Chartered (Reino Unido): O Standard Chartered é outro banco que recebeu elogios por suas práticas de governança corporativa. Eles têm um conselho de administração diversificado e independente, que supervisiona rigorosamente as operações do banco e garante conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.

➢ HDFC Bank (Índia): O HDFC Bank é amplamente reconhecido como um líder em governança corporativa na Índia. Eles têm uma estrutura de governança sólida, com um conselho de administração bem equilibrado e comitês especializados para lidar com questões-chave, como auditoria e risco.

➢ Scotiabank (Canadá): O Scotiabank é conhecido por sua forte cultura organizacional e ênfase na ética e integridade. Eles têm uma abordagem de governança centrada no cliente, o que os ajudou a construir uma reputação sólida e a se destacar no setor bancário.

➢ OCBC Bank (Singapura): O OCBC Bank é elogiado por sua abordagem inovadora para governança corporativa. Eles adotaram tecnologias avançadas para melhorar a transparência e eficiência de suas operações, enquanto mantêm altos padrões de integridade e conformidade.

Esses são apenas alguns exemplos de instituições bancárias que se destacaram em governança corporativa.

Cada uma dessas organizações demonstrou um compromisso com a transparência, integridade e responsabilidade em todas as áreas de suas operações, o que contribuiu para seu sucesso a longo prazo.

CONCLUSÃO

Como fora amplamente demonstrado, é de suma importância a governança corporativa no setor bancário por várias razões.

Os bancos são instituições fundamentais na economia, e a confiança do público é essencial para o seu funcionamento.

Uma boa governança corporativa ajuda a construir e manter essa confiança, garantindo que os interesses dos acionistas, clientes e outras partes interessadas sejam protegidos.

Pode ajudar a promover a estabilidade financeira ao garantir que os bancos operem de forma prudente e responsável, isso inclui a gestão adequada de riscos, a conformidade com regulamentações e a adoção de práticas de empréstimos responsáveis.

Os bancos estão expostos a uma variedade de riscos, incluindo riscos financeiros, operacionais, de compliance e reputacionais.

A governança corporativa envolve a implementação de políticas e processos robustos de gestão de riscos para identificar, avaliar e mitigar esses riscos.

O setor bancário é altamente regulado, e a conformidade com leis e regulamentos é fundamental para evitar penalidades e proteger a reputação do banco.

Uma governança corporativa eficaz ajuda a garantir que o banco cumpra todas as obrigações regulatórias aplicáveis.

Visa proteger os interesses dos acionistas, garantindo que a administração do banco atue no melhor interesse da empresa e de seus proprietários, o qual inclui a supervisão adequada da administração e a prestação de contas aos acionistas.

A governança corporativa também, promove a transparência nas operações do banco e garante que a administração seja responsável por suas ações.

Desta forma, inclui a divulgação de informações financeiras e operacionais de forma clara e precisa, instituições com as melhores práticas de governança bancária muitas vezes têm maior acesso a capital e podem obter financiamento a taxas mais favoráveis, pois são vistos como menos arriscados pelos investidores e credores.

Em suma, a governança corporativa no setor bancário desempenha um papel fundamental na proteção dos interesses de todas as partes interessadas, na promoção da estabilidade financeira e na construção da confiança do público.

Sendo assim, os gestores de bancos precisam analisar se estão utilizando a estratégia da governança corporativa para que obtenha melhor desempenho, por isso, o ideal é buscar ajuda de profissionais especializados sobre como implementar técnicas efetivas de compliance.

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